sexta-feira, 8 de maio de 2009

Kia Magentis


O novo Magentis descola-se de vez da imagem de carro barato, mas continua comedido com o bolso
Não faz muito tempo, o verbo desejar não costumava ser conjugado quando o objeto em questão era um carro coreano. Ter um deles era mais uma contingência financeira que propriamente a realização de um sonho. Mas essa imagem está sendo competente e rapidamente varrida para o capítulo do folclore. De olho no mercado global, as montadoras fizeram parcerias e aliciaram fornecedores do primeiro time da indústria mundial e passaram a fazer produtos que entregam reais vantagens a seus compradores. O Kia Magentis, que chega agora em uma nova versão reestilizada, é mais um bom exemplo do novo status dos coreanos.
Seu estilo é bastante discreto, como costuma ser nesse segmento de sedãs, mas chama atenção com suas linhas limpas e elegantes. Esse visual é uma das primeiras criações do designer Peter Shreyer, ex-Audi. O destaque no desenho do Magentis vai para a nova grade dianteira, a mesma que aparece no carro-conceito KND4, apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo. Mas a linha de cintura, a coluna traseira em forma de triângulo e os detalhes cromados no friso do teto e nas maçanetas convidam o olhar a percorrer toda a extensão da carroceria. O interior também é atraente. O cuidado com que os designers trabalharam se revela em diversos elementos com diferentes texturas e nos materiais de boa qualidade.
Cinco estrelas A cabine acomoda cinco pessoas com conforto. Com 1,45 metro de largura e 1,11 metro de espaço para as pernas, na dianteira, o Magentis oferece mais espaço que um Toyota Corolla (que é maior que o Honda Civic), com 1,39 e 1,0 metro, respectivamente. No seu portamalas cabem 420 litros, enquanto o do Corolla leva 470 litros e o Civic apenas 340 litros.
Mas o Magentis tem mais virtudes nem tão visíveis. Segundo a Kia, nessa reestilização a carroceria do sedã recebeu reforços para deixar sua estrutura mais segura, com a criação de zonas de absorção de impactos para proteger a integridade física dos ocupantes em caso de acidente. Essas melhorias – e a inclusão de equipamentos como duplo airbag, freios ABS e bancos dianteiros com sistema ativo de proteção contra colisões traseiras – lhe valeram a nota máxima de cinco estrelas no teste americano de colisões frontais e laterais.
O motor 2.0 é digno de nota, porém, mais em razão de seu rendimento que pelo funcionamento, que é ruidoso e desafina da proposta de sedã sofisticado e confortável. Construído de alumínio, ele tem coletor de admissão de plástico, com menor restrição ao fluxo, e comando de válvulas de admissão variável. O resultado são 164 cv de potência e 20,1 mkgf de torque. Na transmissão, o câmbio automático sequencial de quatro marchas monitora os hábitos do motorista – as condições de trânsito, velocidades e pisos (relevo) em que ele dirige – e adapta o tempo das trocas para conseguir o melhor rendimento nas diferentes situações. Mas, se o motorista quiser, ele pode lançar mão das mudanças no modo manual.
Motor abstêmioNas provas de aceleração de 0 a 100 km/h, ele conseguiu o tempo de 11,3 segundos, ficando 1 segundo na frente do Civic 1.8 LXS, com o tempo de 12,3 segundos. Detalhe: o Magentis tem um motor que só roda com gasolina e o Civic é flex e, no teste, rodava com álcool. Nas retomadas de 60 a 100 km/h em Drive, ele precisou de 6,5 segundos, enquanto o Civic (com álcool) gastou 7 segundos. Em relação ao consumo, o Civic se saiu melhor. Para podermos comparar, fomos buscar os números do Civic 2007, que naquele tempo ainda tinha motor convencional. Em nossas medições o Magentis ficou com as médias de 8,4 km/l na cidade e 11,0 km/l na estrada, contra 9,8 km/l e 13,6 km/l, respectivamente.
No uso diário, o Magentis é um sedã confortável, graças à calibragem suave da suspensão (McPherson na frente e multilink atrás) e à direção (hidráulica) leve. A posição de dirigir é correta, com todos os principais comandos por perto e boa visibilidade garantida pelas colunas estreitas. O modelo coreano chega com um pacote de equipamentos completo, sem opcionais disponíveis. Entre os principais itens de série estão ar-condicionado digital (com saídas para os bancos traseiros), computador de bordo, rádio CD player com leitor de MP3, sensor crepuscular, revestimento de couro e rodas de liga leve.
O melhor do aprimoramento dos coreanos é que os custos de seus automóveis não acompanharam a evolução do conteúdo e, dessa forma, eles estão entregando mais por menos que o pedido pelos seus rivais. O preço de tabela do Magentis é de 74 900 reais*, mas até quando vigorar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – ele está sendo comercializado por 69 900 reais*, um preço bem interessante frente aos lideres do mercado nacional, no segmento de sedãs médios.

2 comentários:

  1. A palavra CHINGUE não existe, talvez a intenção seria escrever XINGUE.

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  2. O Magentis redesenhado, vai chegar de sola. A entrega de mais por menos é bem interessante.

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