sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fiat Punto T-Jet


Desde os anos 80, amantes correspondidos ou platônicos de pequenos esportivos tinham Gol GTi e Uno Turbo como forma de materializar o ideal nacional de esportividade. A chegada do Punto T-Jet (mas pode chamá-lo de Punto Turbo, como muita gente da própria Fiat faz) traz de volta antigos sonhos, embalados para o presente.
Na história da marca houve Uno Turbo (1993), Tempra Turbo (1994) e Marea Turbo (1999). Somente no fim de 2008, com a chegada do Linea, é que surgiu o nome T-Jet na linha Fiat. E Linea e Punto têm pouco em comum em suas propostas (embora sejam filhos da mesma plataforma). O que os une é o motor Fire 1.4 16V Turbo, que estreou no Linea como representante do conceito downsizing, no qual motores compactos conseguem alto rendimento com menor consumo. No Punto, sua missão é oferecer desempenho, como nos motores Turbo de antigamente. Trata-se do mesmo quatro-cilindros de 152 cv de potência e 21,1 mkgf de torque. A diferença é que no Punto ele empurra 1 230 kg e no Linea, 1 305 kg. A subtração dá 75 kg ou um adulto sentado no banco do passageiro.
O T-Jet foi inspirado no Grande Punto Abarth, feito na Itália. Por fora, os dois têm muito em comum, como para-choque dianteiro (que é diferente do que está presente nos outros Punto), saias laterais, rodas e escapamento com ponteira dupla. Mas o nosso só existe como quatro portas, enquanto o Abarth tem apenas duas. Por dentro, chamam atenção os mostradores de duas escalas, com as mesmas unidades (km/h e rpm), mas valores diferentes (exclusividade da versão nacional), e o visor para a variação de pressão do turbo. No acabamento, a maior novidade em relação ao Abarth está nos bancos. No Punto italiano eles são mais altos e revestidos de camurça e tecido, enquanto no T-Jet são de couro e tecido (com fios prateados).

Nosso Punto é um carro completo. Por 59 500 reais (preço na época de seu lançamento, em março de 2009), tem duplo airbag, ABS, ar-condicionado, computador de bordo, piloto automático, CD player com MP3, sistema Blue&Me e sensor de estacionamento, entre outros. Os únicos opcionais são ar digital, teto solar, navegador via satélite (igual ao do Linea), sidebags, window-bags, proteção contra colisão traseira, sensor de chuva e de farol e parafusos de roda antifurto.
Entre pista e rua, o T-Jet trilha o caminho do meio. A suspensão foi retrabalhada para garantir mais firmeza apenas nas curvas, por exemplo. A Fiat enrijeceu as molas e barras, mas reduziu a carga dos amortecedores. Ele apresenta menos movimentos laterais (rolling) mas ganhou suavidade no amortecimento. Ou seja: no dia-a-dia, o T-Jet é mais macio ao passar por buracos e ondulações que outros Punto. Quem gosta de dirigir esportivamente, mas não quer saber de sacrifícios, deve aprovar. Os que esperam maior interação com um esportivo, como um Subaru Impreza WRX ou BMW M3, talvez fiquem insatisfeitos.
O motor (que não é flex), de certo modo, compensa as concessões feitas pela suspensão. Seus 152 cv deixam o Punto com a energia de um menino de 5 anos em um parque de diversões, comparados aos 115 cv do motor Flex 1.8, com álcool, da versão Sporting (que não sai de linha com o T-Jet). Seu turbo, compacto e leve, começa a trabalhar cedo: a 2000 rpm, sendo que na marcha-lenta o motor gira a 1000 rpm. Um intercooler resfria o ar que será comprimido em pressões de até 1 bar. Em ação, a força gerada se traduz em acelerações estimulantes e rápidas.
A divisão esportiva da Fiat tem status de marca, na Itália, com direito a colocar seu emblema, um escorpião, na grade dianteira dos carros.
Por aqui, não deve demorar muito até alguém oferecer um kit para transformar o T-Jet em um Abarth. Quer apostar?

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